Aí eu li “Retalhos” e tava no loop infinito de tão bom achei
o livro quando Erick conversando comigo perguntou o que eu tinha achado do
presente.
Falei a verdade: Que tinha adorado, que o autor tinha um
jeito único de desenhar e que ele tinha uma sensibilidade absurda para passar
para os leitores os seus sentimentos quando relatava os fatos. Aí Erick falou
que realmente aquela graphic novel era mesmo muito boa e que uma outra muito
boa era a “Carnet de Voyage”, onde ele relatava sua turnê de divulgação do “Retalhos”
mas que esse livro não existia em português e eu comentei que depois iria
comprá-lo pq agora eu queria lê-lo.
Fiz a nota mental e fui seguindo com a vida, um dia eu
compraria. Sendo que eu sou a pior pessoa do mundo lembrando notas mentais e, como
era de se esperar, eu acabei esquecendo de comprar, fiquei só nos desesperos da
faculdade mesmo. Mas Erick foi mais sagaz, como sempre, e um dia ele tava aqui
no Rio de Janeiro de férias e me surpreendeu com o “Carnet de Voyage” ali,
lindo, cheirosinho e coberto com plástico protetor (Por ele estar protegido
pelo plástico, logicamente ele estaria cheirosinho, como todo livro novo).
Peguei meu livro com a alegria que sinto toda vez que ganho um livro, ainda
mais por ser presente de um dos meus melhores amigos e guardei com todo cuidado
na minha estante de livros, até tirar uma época para lê-lo.
Esse é um livro menor do que o “Retalhos”, mas é um livro
mais denso, como “Retalhos” narra o inicio da vida dele, ele tem uma linguagem
levemente mais fácil e que vai rebuscando conforme o autor vai envelhecendo, já
“Carnet de Voyage” começa com o autor como um homem feito, então o livro tem
uma narrativa mais densa que o primeiro, pq as comparações, alusões e todo o
resto já são associadas à toda a cultura carregada pelo autor em sua vida
adulta.
Este é outro livro muito bom, demorei um mês para ler, pq só
lia no ônibus quando ia ou voltava da faculdade, mas foi um livro que me
adicionou muito. Como na grande maioria das boas historias, o leitor sempre se
identifica com alguma característica de algum personagem do livro, e nesse caso
não foi diferente comigo, uma parte que eu me identifiquei muito foi quando uma
mulher chamada Hillevi, que ele se relaciona ao longo da viagem, fala:
“You and I
are so much the same.. you have so many layers, that you can peel away a few,
and everyone’s is so shocked and impressed that you’re baring your soul, while to
you it’s nothing, because you know you’ve twenty more layers to go… but we are
the ones that are most scared, and need the most love.” – “Você e eu somos
muito parecidos.. você tem tantas camadas que você é capaz de tirar algumas
e todos vão ficar tão chocados e impressionados que você esteja despindo sua
alma quando, na verdade, para você isso não é nada, pq você tem outras vinte camadas
mais... mas nós somos os mais assustados e os que mais
precisam de amor.”
Acho que essa parte do livro é aquela onde todo mundo se
identifica, pq todos nós somos formados por diversas camadas que são usadas
como proteção para nós mesmos, camadas essas que nós deixamos cair apenas para
algumas pessoas, para outras nós só tiramos algumas, para que possamos mostrar
que elas se tornaram próximas e confiáveis para a gente, mas umas outras
camadas são mantidas, pq acima de tudo, nós precisamos nos proteger. Agora, o
que diferencia uns dos outros, é o número de camadas que estamos dispostos a despir.
Besitos :*
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