quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Um Dia – Vinte anos, duas pessoas



Sinopse: Dexter Mayhew e Emma Morley se conheceram em 1988. Ambos sabem que no dia seguinte, após a formatura na universidade, deverão trilhar caminhos diferentes. Mas, depois de apenas um dia juntos, não conseguem parar de pensar um no outro. Os anos se passam e Dex e Em levam vidas isoladas - vidas muito diferentes daquelas que eles sonhavam ter. Porém, incapazes de esquecer o sentimento muito especial que os arrebatou naquela primeira noite, surge uma extraordinária relação entre os dois. Ao longo dos vinte anos seguintes, flashes do relacionamento deles são narrados, um por ano, todos no mesmo dia: 15 de julho. Dexter e Emma enfrentam disputas e brigas, esperanças e oportunidades perdidas, risos e lágrimas. E, conforme o verdadeiro significado desse dia crucial é desvendado, eles precisam acertar contas com a essência do amor e da própria vida



                Está aí um livro que te leva a refletir, não apenas durante a leitura mas sim após seu término. Não uma reflexão básica sobre a mensagem realmente importante contida nele e sim uma reflexão sobre a vida, sobre o que você faz, o que você fez e, principalmente, o que quer fazer, quais atitudes tomar, simplesmente pq o amanhã está aí mas ele é incerto, de uma hora para a outra tudo muda.

                Acho que esse é o foco do livro, mostrar como um ato pode mudar tudo, para melhor ou para pior. Foi uma escolha que fez Emma se aproximar de Dexter na festa de formatura, foram escolhas que fizeram com que eles passassem a noite juntos (apenas conversando, sem sexo, por  opção) e essas escolhas, no dia 15 de julho de 1988, o dia de São Swithin (se chover no dia de São Swithin, choverá nos próximos 40 dias), fizeram com que eles se identificassem um com o outro, apesar de milhões de diferenças, e iniciarem um relacionamento que não era apenas uma amizade mas que não os faziam chegar a ser amantes. Eram melhores amigos, amor incondicional, apesar das diferenças mas sem as complicações do sexo.


                O livro relata os acontecimentos anuais no dia de São Swithin, o dia em que se conheceram, mostrando como Em e Dex estão seguindo suas vidas, como seus sonhos e ambições foram ou não atingidos, como a vida prega peças nem sempre divertidas e, principalmente, como um sente necessidade do outro, em maior ou menor grau.




                Vinte anos são narrados, começando com Em com 22 anos na cama com Dex, falando que não é que ela queira mudar o mundo, mas é preciso fazer alguma coisa, nem que seja apenas para mudar as coisas ao seu redor. E que agora suas vidas realmente começariam, eles precisavam fazer seus diplomas valerem alguma coisa.


                Este livro é o tipo de obra que vai direto ao coração pois (independente da idade do leitor) sempre vai haver alguém que você vá lembrar ao ler o livro. Alguém com quem se identifica, o seu Dex ou a sua Em, a pessoa que surgiu do nada e que agora é alguém que te faz dependente dela, não necessariamente através de contato diário, apenas de contato, estar perto, querer ter por perto, independente dos fatos. Essa necessidade que surgiu através da atração física inicial de Emma por Dexter e fez com que o início da amizade se mantivesse firme devido aos esforços dela mas que muda logo nos primeiros anos e Dex se mostra cada vez mais dependente daquela amizade que, apesar dos pesares, tinha uma tensão sexual sempre presente, mesmo com ambos não querendo aquilo daquela forma.
                A história de Dex e Em, Em e Dex. Sempre juntos, uma dupla, um time, um para o outro, sempre.

                Não é algo surreal, é uma história comum, mostra as frustrações da vida, as pressões sociais quanto a formação de uma família, casamento e filhos, pq o tempo passa e ele é cruel, ele traz coisas mas também as leva e assim acaba trazendo outras mais. Pode ser a história do seu vizinho, da sua tia, a sua história. Você pode ser Emma, com sua perspicácia e acidez, seu senso de humor inteligente e sua exigência pessoal tão grande ao ponto de não ver quão maravilhosa era. Ou você pode ser Dexter, com a vontade de seguir uma vida boêmia e aproveitar a juventude, querer mostrar ao mundo que pode ser rico e famoso e, quem sabe, se tornar um quarentão feliz e pomposo que dirige um conversível, enquanto tem uma jovem ao lado, sua terceira esposa, ou seria a quarta? Ou ter apenas aquela, a única, ao seu lado aos quarenta anos, mas também há o risco de simplesmente não ter, tudo dependendo das escolhas feitas. Escolhas que podem ter começado naquele 15 de julho de 1988 onde eles torciam que não chovesse e eles pudessem apenas dormir “abraçadinhos”. Não seria isso clichê demais para pessoas que haviam  se conhecido realmente havia tão pouco?
                Mas isso é apenas uma história, a sua história, a minha história, a história de Dex e Em, de Em e Dex.


Adaptação para o cinema:
                Foi feito um filme a partir deste livro, com Anne Hathaway como Emma Morley e Jim Sturgess como Dexter Mayhew e a história foi seguida com perfeição.







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