domingo, 14 de julho de 2013

Carnet de Voyage - Autor: Craig Thompson



“Craig Thompson spent three months traveling through Barcelona, the Alps, and France, as well as Morocco, researching his next graphic novel, Habibi. Spontaneous sketches and a travelogue diary document his adventures and quiet moments, creating a raw and intimate portrait of countries, culture and the wandering artist.”

Aí eu li “Retalhos” e tava no loop infinito de tão bom achei o livro quando Erick conversando comigo perguntou o que eu tinha achado do presente.
Falei a verdade: Que tinha adorado, que o autor tinha um jeito único de desenhar e que ele tinha uma sensibilidade absurda para passar para os leitores os seus sentimentos quando relatava os fatos. Aí Erick falou que realmente aquela graphic novel era mesmo muito boa e que uma outra muito boa era a “Carnet de Voyage”, onde ele relatava sua turnê de divulgação do “Retalhos” mas que esse livro não existia em português e eu comentei que depois iria comprá-lo pq agora eu queria lê-lo.
Fiz a nota mental e fui seguindo com a vida, um dia eu compraria. Sendo que eu sou a pior pessoa do mundo lembrando notas mentais e, como era de se esperar, eu acabei esquecendo de comprar, fiquei só nos desesperos da faculdade mesmo. Mas Erick foi mais sagaz, como sempre, e um dia ele tava aqui no Rio de Janeiro de férias e me surpreendeu com o “Carnet de Voyage” ali, lindo, cheirosinho e coberto com plástico protetor (Por ele estar protegido pelo plástico, logicamente ele estaria cheirosinho, como todo livro novo). Peguei meu livro com a alegria que sinto toda vez que ganho um livro, ainda mais por ser presente de um dos meus melhores amigos e guardei com todo cuidado na minha estante de livros, até tirar uma época para lê-lo.

Esse é um livro menor do que o “Retalhos”, mas é um livro mais denso, como “Retalhos” narra o inicio da vida dele, ele tem uma linguagem levemente mais fácil e que vai rebuscando conforme o autor vai envelhecendo, já “Carnet de Voyage” começa com o autor como um homem feito, então o livro tem uma narrativa mais densa que o primeiro, pq as comparações, alusões e todo o resto já são associadas à toda a cultura carregada pelo autor em sua vida adulta.

Este é outro livro muito bom, demorei um mês para ler, pq só lia no ônibus quando ia ou voltava da faculdade, mas foi um livro que me adicionou muito. Como na grande maioria das boas historias, o leitor sempre se identifica com alguma característica de algum personagem do livro, e nesse caso não foi diferente comigo, uma parte que eu me identifiquei muito foi quando uma mulher chamada Hillevi, que ele se relaciona ao longo da viagem, fala:

“You and I are so much the same.. you have so many layers, that you can peel away a few, and everyone’s is so shocked and impressed that you’re baring your soul, while to you it’s nothing, because you know you’ve twenty more layers to go… but we are the ones that are most scared, and need the most love.” – “Você e eu somos muito parecidos.. você tem tantas camadas que você é capaz de tirar algumas e todos vão ficar tão chocados e impressionados que você esteja despindo sua alma quando, na verdade, para você isso não é nada, pq você tem outras vinte camadas mais...   mas nós somos os mais assustados e os que mais precisam de amor.”
Acho que essa parte do livro é aquela onde todo mundo se identifica, pq todos nós somos formados por diversas camadas que são usadas como proteção para nós mesmos, camadas essas que nós deixamos cair apenas para algumas pessoas, para outras nós só tiramos algumas, para que possamos mostrar que elas se tornaram próximas e confiáveis para a gente, mas umas outras camadas são mantidas, pq acima de tudo, nós precisamos nos proteger. Agora, o que diferencia uns dos outros, é o número de camadas que estamos dispostos a despir.

Besitos :*

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